sexta-feira, 27 de março de 2015

DO AMOR A POSSESSÃO: UM CASO REAL

Geralmente as pessoas apaixonadas retribuem o amor do outro com carinho.
Já os possessivos podem ir além, e transformar um gesto gentil em agressão.

A seguir um caso real que acompanhei com tristeza, e espero que sirva de exemplo pra muitas, que assim como eu, um dia já acreditaram demais.

‘Uma pequena observação, todas as informações referente a vítima e o agressor foram modificadas’.





Maria Antônia 20 anos, estava iniciando um relacionamento com Arthur 30 anos.
Ela era fonoaudióloga recém formada, ele um professor de idiomas. Se conheceram durantes as aulas particulares de inglês. Mantiveram um relacionamento por cinco meses, o suficiente pra deixar marcas profundas.
Arthur era o tipo conquistador, sabia o que dizer pra manter Maria Antônia por perto, mas os momentos de delicadeza foram ficando cada dia menores. Ela, envolvida sentimentalmente, mas não fisicamente, negou as investidas de Arthur que sobre pressão dos amigos passou a se ofender com as negações de Maria, forçando as investidas a cada encontro.
Quando ela notou a situação, tentou terminar a relação amigavelmente, mas Arthur não baixou a guarda, foi então que o inferno começou.
Mensagens ofensivas, perseguições, oscilações de um amor perturbado e ódio. Acusações e suplicas para reatar o romance. Ele estava obstinado a ter ela de volta. Ela destinada a sofrer ainda mais.

Um certo dia, ele pediu para encontrar ela pra uma conversa definitiva, acreditando que tudo se resolveria ela aceitou. Ele buscou ela na casa de uma amiga, conversaram civilizadamente, mas ao voltar, Arthur não tomou o caminho da casa de Maria, mas da sua própria casa. Ela relutando pedindo pra ir embora, ele forçando ela a ficar, descontrolado acertou o primeiro tapa, seguindo de um beijo e de um sussurro “agora você é minha”.  Foram horas, entre os gritos de acusações e abraços demorados afagando o desespero dela. Ele alisava os cabelos dela, elogiava seus olhos, e a chamava de vagabunda. Segurava seus braços enquanto tentava tirar sua roupa, de forma hostil, violenta e absurda.  Ele, em um estado de delírio intenso e descontrole emocional, não se dava conta do imenso horror que submeteu aquela garota.  

Pontos importantes a serem ressaltados nessa história, Maria Antônia não sofreu estupro, felizmente o caso não tomou proporções maiores, ela foi assediada e agredida, mas o agressor não foi além, sorte que muitas mulheres numa situação como essa não chegam a ter.
Outro ponto importante, nossa vítima não prestou queixa, ao procurar ajuda de um parente próximo, este erroneamente respondeu “mas também, o que você queria, não devia ter se metido lá”. Ou seja, atribuiu a culpa para própria vítima tirando o resquício de coragem da garota, além da vergonha que ela já carregava. 
Não acredito que esse ‘parente’ tenha feito por mal, mas isso é reflexo de um pensamento machista da nossa sociedade, que acredita que a mulher deve se preservar de tudo, viver em uma redoma de vidro pra ‘evitar’ esse tipo de situação.
As consequências? Sem dúvidas vai levar tempo pra trazer de volta a auto estima, a coragem e o brilho dessa mulher. A firmeza e a confiança em se entregar de novo em um relacionamento.

Senti as dores dessa menina, como mulher, como sujeito e como ser humano. Infelizmente essa é uma realidade que não se limita a classes, tempos e lugares.
Simplesmente, não se limita!


Aline Westphal
Psicóloga Clínica

ALÉM DAS APARÊNCIAS: RELACIONAMENTOS SÉC. XXI

Quem nunca conheceu aquele cara “perfeito” que atire a primeira pedra.
Sim.. perfeito em aspas ...
Colega, todo homem por natureza tem algo de especial.
Mas não se engane, o especial nem sempre é algo positivo.



PERVERSÃO EMOCIONAL

Per + vertere
Por às avessas, desviar...
Sadismo, masoquismo, exibicionismo, escopofilia, pedofilia, zoofilia, necrofilia.. e por ai vai...
Por mais horrível que pareça pra alguém ‘normal’, ou melhor ‘comum’.. (normalidade aqui não se discute) pra algumas pessoas essas práticas são bem comuns, e acredite, os príncipes também podem ser bem sádicos.
É facilmente condenável um cara que assedia uma criança, óbvio, a pedofilia é algo monstruoso na nossa cultura. Mas quando o boy magia te larga uns tapas na cara, te amordaça e te faz sentir dor só por prazer, ai escrevemos um livro, lançamos um filme e tachamos isso de romance século XXI.
Gente, para tudo que eu quero descer!!!
Não sei se eu estou fora do meu tempo, ou se tem alguma coisa de muito errada acontecendo por aqui. O que está havendo com os relacionamentos da nossa geração? A submissão feminina me espanta. Tenho acompanhado alguns casos de mulheres que sinceramente, me dói na alma.

Eu li recentemente (não vou citar a fonte), mas achei interessante igual, “técnicas para conquistar um homem.” TÉCNICAS!!!!!...
O homem é simplesmente descrito como um predador, a mulher como uma caça, e tudo o que nós mulheres deveríamos fazer para conquistar esse cara, é se deixar “caçar”. Isso mesmo, dar espaço pro cara montar a posição de ataque, não mostrar interesse pra não ser fácil demais e se dar o valor, pra caçada ter mais emoção. Sabe como é né, a gente prepara o terreno pro cara achar que está podendo. GENTE PARA!!!! Relacionamento não é um jogo de sobrevivência, isso é perturbador e frustrante.

O sadismo está na nossa SOCIEDADE, nessa cultura machista e intolerante. A submissão emocional e cultural é tão perversa quanto a própria prática sexual aversiva. As marcas podem não ficar no corpo, mas com certeza cicatrizam na alma. 

Cadê aquele ‘acaso’? .. receitas de bolo pra ser a mulher perfeita. Ser sempre o que o cara deseja, nunca o contrário, porque? 

Mulheres,
Reflitam.

O relacionamento é pra ser bom, e é pra ser a DOIS!!!

Aline Westphal
Psicóloga Clínica

terça-feira, 17 de março de 2015

NOSSA EQUIPE!!!

Pra quem tem acompanhado o trabalho do ENTRE SEM BATER, provavelmente já me conhece. Mas agora, como já havia mencionado anteriormente, estou com algumas colaboradoras que iram auxiliar na organização e execução desse projeto. É com imensa felicidade que apresento a nossa equipe para vocês.


 
ALINE WESTPHAL
Psicóloga Clínica com ênfase em psicanálise
CRP 12/12741
Graduada pelo Centro Universitário Estácio de Sá de SC. Pós graduanda em Psicologia Forense e Investigação Criminal pela AVM. Cursei Introduções a psicanálise Lacaniana e Diagnósticos em Psicopatologias. Sou criadora e responsável pelo projeto de atendimento a vítimas de violência.
 
 
 

MARIA APARECIDA MEDEIROS PERES
Psicóloga e Terapeuta
CRP 12/12742
Graduada pelo Centro Universitário Estácio de Sá de SC e Formanda na Especialização em Terapia Familiar na Abordagem Sistêmica Pós Moderna. Trabalhou como facilitadora de grupo na Atenção Psicossocial no Instituto de Psiquiatria, também como professora de desenvolvimento pessoal no CEBRAC. Atualmente trabalha como Psicóloga Organizacional na empresa Carioca Calçados e como Terapeuta Clínica de famílias, casais e atendimentos individuais.



CAMILA SCHULTZ DE AMORIM
Psicóloga clínica com ênfase em sistêmica
CRP 12/13258
Graduada pelo Centro Universitário Estácio de Sá de SC e formada em
Psicologia Jurídica pela FormaPsi, ainda pela instituição Cursou Atendimento a Criança e ao Adolescente Vítima de Violência. Cursou Capacitação em Atenção a Homens e Mulheres em Situação de Violência por Parceiros Íntimos pela UFSC.
 
 
 
MICHELLY DE LIZ
Psicóloga Clínica com ênfase em sistêmica.
CRP 12/13437
Graduada pelo Centro Universitário Estácio de Sá de SC.
Atuou com desenvolvimento da aprendizagem com crianças no projeto de Psicologia Escolar no Centro Universitário Estácio de Sá. Atualmente além dos atendimentos Clínicos, também exerce Psicologia nas Organizações.
 
 
 
JAQUELINE BULIN
Psicóloga clínica com ênfase em Psicanálise.
CRP 12/13422
Graduada pelo Centro Universitário Estácio de Sá de SC e pós graduanda em gestão estratégica de pessoas. Atuou no Serviço de Ação Solidária e Cidadã na ONG TRAVESSIA e na Prefeitura Municipal de São José como Educadora Social.
 
 
 
 
Feito as devidas apresentações, tenho certeza que o nosso projeto mais do que nunca está nas mãos de uma excelente equipe. Confio e apoio o trabalho das minhas colegas que aqui estão.
Obrigada meninas e mãos à obra.

quinta-feira, 5 de março de 2015

PROJETO: ENTRE SEM BATER! (Novas informações)

Gente, pra quem está acompanhando o projeto nas redes sociais, agora tenho novas informações pra vocês. 

É com imensa alegria que estou recebendo mais quatro colegas de formação, essas terapeutas iram atuar comigo nesses atendimentos, ampliando os horários disponíveis e agregando ainda mais conhecimento ao nosso trabalho. Assim como também estou recebendo alguns estudantes para grupos de estudos e discussões de casos clínicos, agregando também a esse projeto com suas pesquisas. 

Nossa rede está crescendo, espero que continue a crescer ainda mais até que possamos juntos levar esse trabalho até as pessoas que necessitam desses atendimentos. A violência está presente na nossa realidade, e muitas vezes a vergonha ou o medo nos impede de falar. Colocamos o nosso trabalho a disposição para fazer a diferença, permitindo que essas vítimas criem autonomia, coragem e confiança.

Nos ajude a levar essa ideia a diante.
A favor das vítimas. 

COMPARTILHEM..



quarta-feira, 4 de março de 2015

AUTÊNTICA FELICIDADE


Disse o mais tolo: "Felicidade não existe."
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"

O poeta riu de todos,
E por alguns minutos...
Foi feliz!

(O teatro mágico)



Entre as tantas idas e vindas na história, entre tantas literaturas, casos e acasos ainda não se sabe se a felicidade existe, ou se é um conto para tolos. Mas é um termo tão popular, e tão 'sentido' por algumas pessoas que até me pego a acreditar que é real. Alguns dizem que pessoa felizes vivem mais, atraem coisas boas, ou 'possuem luz própria'. Mas, e quando não nos sentimos merecedores dessa tal de felicidade?
Bom, então tendemos a estragar tudo!

Exatamente, sabe aquelas pessoas que tem o 'dom' de estragar uma situação harmoniosa? Muitas vezes é o seu impulso autodestrutivo que está falando mais alto. Nem sempre é inveja alheia, as vezes é só um conflito interno mesmo.
Por mais que não pareça, algumas pessoas demostram ser totalmente abertas, convidativas e acolhedoras, mas no fundo a tristeza está falando mais alto, e essa tristeza é alimentada por situações de culpa.
A nossa infância é uma caixinha de surpresas, e durante todo o processo de amadurecimento somos colocados em situações de teste. Não é só a nossa mente que nos prega uma peça de vez em quando, não se preocupe, a sociedade tem uma grande parcela de culpa pelos nossos transtornos. Sim, podemos culpar um sujeito que provoca situações de conflito intencionalmente, mas não podemos culpar uma criança que esta aprendendo a sobreviver nesse mundo selvagem.
Todo adulto tem dentro de si a sua criança mal resolvida, seus medos e seus temores. Esses conflitos não somem da noite pro dia. As vezes um trauma infantil pode ressurgir repedidas vezes durante a fase adulta, em inumes situações.
A verdade é que mesmo imerso nessa selva contemporânea, ninguém pode ser feliz sozinho, assim como ninguém vai ser feliz sempre pelo mesmo motivo.

Manter-se sempre em movimento de ideias e pensamentos, pessoas e lugares, atividades e lazeres é sempre um passo para o equilíbrio entre o real e o imaginário, entre a tristeza e a alegria, entre o certo e o errado, entre o normal e o patológico. Pois se manter em um estado infinito do mesmo sentimento é o mesmo que não ter sentimento algum, então permita-se entristecer, pois a tristeza também produz, mas não se perca dos motivos que te arrancam sorrisos, pois até o mais inteligente dos homens já chorou, mas só o mais sábio cultivou motivos para sorrir.

Autora Aline Westphal
Psicóloga Clínica

domingo, 1 de março de 2015

APAIXONE-SE

Sabe aquela sensação estranha de estar transbordando de algo tão grande, tão bom e tão imenso que até a alma chora de tanta felicidade? Essa satisfação sem explicação é chamada de paixão.

Quando eu escuto uma boa música, eu me apaixono.
Quando eu leio um bom livro, eu me apaixono.
Quando eu vejo uma bela arte, eu me apaixono.
Quando eu passo uma tarde com os amigos, tendo boas conversas e dando boas risadas, eu me apaixono.
Quando eu estou bem comigo e passo a me amar mais, eu me apaixono de novo.
E a cada dia mais, e mais..
Eu vivo intensamente esse amor de ser eu mesma, e me por em primeiro lugar, e de estar bem na minha companhia.

Um romance as vezes até cai bem.
Andar de mãos dadas, acordar com um bom dia e um café na cama, ter alguém pra chamar de seu.
É sempre bom ter com quem contar, mas é ainda melhor quando isso não se torna uma necessidade.

Já não temos mais tempo para sonhos interrompidos por conta de um certo alguém.
Pois agora estamos muitíssimas ocupadas nos apaixonando.
Você é sempre sua melhor companhia.
Transborde-se!

Autora Aline Westphal
Psicóloga Clínica