“Hey seu príncipe eu não conheço você, então tire as suas
mãos de mim”.
Felizes para sempre disseram, felizes para quem?
Era uma vez um reino encantado onde todos festejavam o
nascimento de uma jovem princesa, todos foram convidados para celebrar esse
dia, exceto uma madrinha muito da invejosa. Mas a dinda inconveniente resolveu
pintar lá na festa mesmo assim, e como já não bastasse a falta de elegância em
aparecer sem ser convidada, a tiazona ainda resolveu acabar com a alegria do
povo. Isso mesmo, ela lançou um feitiço na pobre criança!
Anos se passaram e a Bela, agora uma adolescente pra lá de
curiosa, resolveu vasculhar o reino em busca de algo que matasse o seu tédio,
TIKABUM! Eis que ela encontrou!!! Em um porão abandonado, cheio de máquinas
velhas, ela conseguiu encontrar uma agulha de bordar, espetando seus dedinhos e
caindo na maldição da dinda malvada. Mas cá entre nós, pra bons entendedores o
termo adolescente + agulhas + rebeldia = encrenca! A nossa querida Bela foi
avisada sobre os perigos do reino, mas ouviu? Não!
Enfim, eis que a nossa garota entrou num estado de “sono profundo”,
também conhecido como efeitos de drogas ilícitas, pronto falei! A Bela estava
doidona e apagou ficando vulnerável a sofrer abusos. Ou vocês achavam mesmo que
o príncipe estava com boas intenções? Claro,
claro. “Estava andando distraído quando me deparo com uma linda jovem
desacordada, lhe dou um beijo apaixonado, ela acorda e vivemos felizes para
sempre”.
Aiiiiiiii, para! No mínimo ele deveria chamar um socorro,
ligar pra uma emergência, levar ela pra um hospital ou chamar a polícia. Mas
não, ele se aproveita da situação! Príncipe? Que nada, esse boy é um abusador!
E pra quem acredita que ele parou por ai, se engana! Na
história original da Bela Adormecida ela é estuprada e engravida de gêmeos, o
príncipe da no pé deixando a pobre com duas crianças e um trauma pra vida
inteira. Cadê a assistência social?
Sempre me questionei do porque as princesas terem nomes nas
histórias e os príncipes serem só chamados de “príncipes”. Agora já sabemos, ‘para
não identificar o agressor’. rsrsrs...
A nossa sociedade é tão machista que até na hora
de elaborar os contos de fadas eles protegem os homens, que vergonha!
Enfim, pra quem acha que teve a sua infância destruída agora,
esperem até ler as próximas histórias!!!
Aline Westphal